Mania de paulista
Quem mora em São Paulo já passou por um lugar assim:
Ou assim, não é?
Eis uma característica muito tradicional da arquitetura paulista: o chão revestido com cacos de cerâmica. Esse estilo de piso, extremamente utilizado entre as décadas de 60 e 80, surgiu a partir da criatividade de operários da indústria que, na impossibilidade de comprarem lajotas e ladrilhos para dar acabamento às suas casas, apostaram no descarte das fábricas de cerâmica de São Paulo.
Essa ‘invenção’ foi tão bem recebida pelas pessoas, que as fábricas que até então produziam as peças inteiras para a classe média da sociedade, passaram a quebrá-las para atender à nova demanda de mercado. Eis que a técnica do mosaico rendeu-se aos pés dos paulistas.
Hoje, com essa estória de dar novos significados a recursos já conhecidos, os caquinhos voltaram a ser hit, porém, saíram do composé vermelho-preto-amarelo-branco, para ganhar cores, desenhos e delicadeza.
Em áreas externas, os caquinhos dão um toque retrô e bem humorado, sendo extremamente durável e de fácil manutenção. A colocação desse piso é fácil e muito acessível também.
Nas paredes, criam verdadeiros painéis figurativos ou abstratos, tirando o décor do estilo previsível.
Numa única cor, sobre contrapiso de tom contrastante, fica muito moderno e estimula a memória afetiva de quem, na infância, conviveu com esse tipo de ambiente.
Aqui, os caquinhos inspiraram uma parede exclusiva, com recortes de papel de parede, ao invés dos pedaços de cerâmica.
E o que dizer desse corredor iluminado por um teto de cacos de vidro?
Fotos: Mulher- UOL, Casa Abril, A História do Mosaico